Política

Arquidiocese de São Paulo arquiva investigação sobre padre Júlio Lancellotti em vídeo pornô

Arquidiocese de São Paulo arquiva investigação sobre padre Júlio Lancellotti

A Arquidiocese de São Paulo anunciou o arquivamento da investigação sobre o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral de Rua da capital paulista. A entidade afirmou que o vídeo de conteúdo sexual, divulgado em 2020, já estava sendo investigado pela Cúria Metropolitana paulista.

De acordo com a nota divulgada pela Arquidiocese, após considerar as conclusões do Ministério Público de São Paulo e da Justiça Paulista, não foi possível chegar a uma convicção suficiente sobre a materialidade da denúncia. A entidade também informou a Santa Sé sobre a decisão de arquivamento.

O advogado de Lancellotti, Luiz Eduardo Greenhalgh, afirmou que se trata de uma montagem, um vídeo falso. O material foi entregue ao presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite, pelo vereador Rubinho Nunes, do mesmo partido, que é autor do requerimento de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o padre Lancellotti e organizações sociais que apoiam pessoas em situação de rua no centro de São Paulo.

O vídeo, que supostamente mostra uma videochamada entre o padre e um rapaz menor de idade, foi entregue à Cúria Metropolitana e ao Ministério Público. Após investigação, o MPSP concluiu que não há materialidade na denúncia e decidiu arquivar o inquérito.

A Arquidiocese ressaltou que permanece atenta a elementos verdadeiros sobre os fatos denunciados, mantendo-se distante de interesses ideológicos e políticos. Além disso, sete vereadores paulistanos que assinaram o documento para a instauração da CPI retiraram o apoio, alegando terem sido enganados pelo autor da CPI, uma vez que o texto não mencionava o padre.

A Cúria Metropolitana de São Paulo reafirmou sua serenidade e objetividade, permanecendo atenta a possíveis elementos de verdade sobre as denúncias.

Íntegra do posicionamento da Arquidiocese de São Paulo: “A Arquidiocese de São Paulo, mediante ofício enviado por e-mail ao vereador Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de São Paulo, no dia 6 de janeiro, protocolado na Câmara Municipal no dia 8 sucessivo, solicitou-lhe que fosse enviado o material referente à suposta denúncia contra o Padre Júlio Renato Lancellotti. Finalmente, na tarde do dia 22 de janeiro, o material foi entregue na Cúria Metropolitana de São Paulo. Tomado conhecimento do material recebido, constatou-se que se trata do mesmo conteúdo divulgado em 2020. Naquela ocasião, a Cúria Metropolitana de São Paulo, conforme prescrevem as normas da Igreja para esses casos, realizou um procedimento investigativo para apurar a denúncia recebida. Concomitantemente, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) passou a investigar a dita denúncia, conforme inquérito aberto junto ao Setor de Atendimento de Crimes da Violência contra Infante, Idoso, Pessoa com deficiência e Vítima de tráfico interno de pessoas. O MPSP, considerando ausência de materialidade, a seu tempo, emitiu parecer contrário à instauração de uma ação penal, acompanhado pelo D. Juiz que decidiu pelo arquivamento do inquérito. A Arquidiocese de São Paulo, não chegando à convicção suficiente sobre a materialidade da denúncia e considerando as conclusões do MPSP, bem como da Justiça Paulista, também decidiu pelo arquivamento e informou a Santa Sé. Distante de interesses ideológicos e políticos, com serenidade e objetividade, a Cúria Metropolitana de São Paulo permanece atenta a ulteriores elementos de verdade sobre os fatos denunciados.”