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Museu Paranaense inaugura exposições “Objeto sujeito” e “mau da língua”

Museu Paranaense inaugura exposições “Objeto sujeito” e “mau da língua”

O Museu Paranaense celebra no fim de ano mais um marco na reorientação de suas ações para uma revisão crítica de sua própria história e consolidação de novas perspectivas na criação de narrativas expositivas. No dia 14 de dezembro será inaugurada “Objeto sujeito”, mostra de longa duração que reúne doze artistas brasileiros contemporâneos dialogando, através de suas obras, com o acervo histórico do MUPA.

A exposição é realizada por um coletivo curatorial, composto por Felipe Vilas Bôas e Richard Romanini, do MUPA, e Pollyana Quintella, curadora convidada. Na mesma data, abre ao público uma segunda mostra, “mau da língua”, exposição de curta duração individual e inédita do artista mineiro Davi de Jesus do Nascimento.

Essas exposições manifestam o movimento atual do Museu Paranaense na execução de pesquisas e ações transdisciplinares que põe em relação os núcleos tradicionais de pesquisa do museu – Arqueologia, Antropologia e História – com práticas artísticas e dinâmicas sociais contemporâneas, possibilitando diferentes ativações sobre os acervos.

A abertura de um museu centenário às práticas reafirma o interesse da instituição para uma reflexão de descolonizar o pensamento, construir novos saberes e olhar para o futuro por meio das artes e de seu acervo. “Objeto sujeito” é uma profunda incursão na trajetória do MUPA e sua relação com eventos históricos locais e nacionais, que ganham novas camadas de interpretação e sentido no presente.

São mais de 140 obras e itens do acervo postos em diálogo com obras – em sua maioria inéditas – de Arthur Palhano, Clara Moreira, C. L. Salvaro, Érica Storer, Frederico Filippi, Gustavo Magalhães, Gustavo Caboco, Isis Gasparini, Josi, Laryssa Machada, Pedro França, e Willian Santos.

Para a diretora do museu, Gabriela Bettega, a mostra convida a uma atenção “contratual” das peças, a entender um objeto não apenas pela atenção a ele mesmo, individualmente, mas a todo um contexto no qual aparece inserido. “As obras dos artistas contemporâneos que entrarão para o acervo da instituição a partir deste momento, acostadas entre as demais peças e objetos, estimulam a compreender o presente a partir do passado criando uma plataforma única, conjuntural, para entendimentos futuros”, afirma.

As diferentes linguagens, como fotografia, pintura, escultura e vídeo, mobilizam, a partir do acervo, temas como a instituição museal, a transformação da paisagem, a literatura simbolista, a exploração ambiental, o esporte e a política. De acordo com o texto curatorial da exposição, “historicizar o acervo histórico existente com formas contemporâneas de linguagem permite a emergência de novos olhares, sentimentos e afetos constituidores de histórias”.

A criação de narrativas não lineares sobre a história é materializada também na expografia da mostra. Em vez de obras expostas lado a lado na parede, com um fluxo de fruição induzido, os visitantes de “Objeto sujeito” vão se deparar com ilhas expositivas em estruturas de alumínio e blocos de concreto, que possibilitam diferentes entradas e conexões na exposição.