Mundo e Curiosidades

Canoa Ygá-Mirî: A história e a preservação do patrimônio indígena

Canoa Ygá-Mirî: A história e a preservação do patrimônio indígena

A Casa Gomm, sede da Coordenação do Patrimônio Cultural (CPC) da Secretaria Estadual da Cultura, em Curitiba, abre suas portas para uma exposição fascinante. Trata-se da trajetória da canoa Ygá-Mirî, um patrimônio indígena resgatado em 2018 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em colaboração com os povos Guarani, no sítio arqueológico da antiga Cidade Real do Guairá.

A exposição apresenta uma réplica 3D impressionante da canoa, módulos explicativos sobre sua descoberta, resgate e conservação, e um acervo histórico com vasos ancestrais encontrados em sítios destruídos no Paraná. A canoa original está em exposição no Museu Paranaense (MUPA).

Os Avá-Guarani, da aldeia Tekoha Nhemboetê, em Terra Roxa, Paraná, revelaram em 2013 que perderam preciosos, incluindo os restos de uma canoa indígena. Uma canoa, com 7 metros de comprimento, foi encontrada enterrada em um barranco, revelando ser um artefato utilizado para longas distâncias.

O processo de resgate da canoa não foi fácil, exigindo cuidados extremos devido ao tamanho e ao peso específico da madeira úmida. Os povos Guarani desempenharam um papel fundamental na preservação dos vestígios, acompanhando o processo e realizando rituais e rezas para a canoa.

O nome Ygá-Mirî foi dado após um ritual de batismo, simbolizando um elo material e espiritual com o dono anterior do embarque. Esse projeto reflete uma arqueologia colaborativa, promovendo um compartilhamento equiparado do passado entre cientistas e membros das comunidades, uma relação de respeito e uma oportunidade para a preservação da cultura indígena.